quinta-feira, 14 de maio de 2009

Transfer: Miami - Londres - Atenas





Depois de muita expectative desembarquei do Century em Miami no dia 25 de abril. A Luanda, brasileira do shopping, também desembarcou comigo, mas ela estava indo para casa. Passamos o dia todo no Aeroporto de Miami juntas, comendo sushi, passeando, fofocando… Meu vôo de Miami para Londres foi tranqüilo. Cheguei às 10 da manhã e fui direto passar pela imigração para tentar conhecer alguma coisa nessas horinhas entre um vôo e outro. Peguei um trem até o centro de Londres e lá foi bem fácil de achar a parada da “Linha Turismo”. Tirei muitas fotos, caminhei bastante. 26 de abril foi o dia da maratona de Londres, por conta disso, a cidade estava super movimentada, ruas trancadas e decoradas. Passei pelo Big ben, Casa do Parlamento Ingles, Big Eye, Westminster Abbey, Buckingan Palace, Marble Arch, Catedral de Sao Paulo, Globo de Shakespeare, Tower bridge, etc. Depois desse dia longo e agradável, voltei para o Aeroporto para pegar meu vôo em direção a Atenas. Conheci uma grega bem velhinha que estava em LA visitando o filho. A vózinha grega era a coisa mais querida, me deu o telefone dela e disse que se eu precisasse de alguma coisa era para ligar para ela. Inclusive ela me deu uma conselho: só case se for com um homem que tenha dinheiro, amor não dura sem dinheiro… Conselho sábio da grega, hein?! Cheguei em Atenas às 2h30 da madrugada e não tinha ninguém da empresa me esperando. Peguei um táxi, gastei 50 Euros e fui para o hotel em Piraeus, cidade próxima a Atenas, onde fica o porto. Claro que se não tinha ninguém me esperando no Aeroporto, também não tinha nenhuma reserva para mim no hotel... O recepcionista foi muito legal, me acomodou em um quarto e no dia seguinte quando acordei ele já tinha resolvido tudo com a empresa. Meu primeiro dia na Grécia não foi muito produtivo, eu estava muito cansada por causa dos dois dias voando, dormi o dia todo! Fiz os planos para os dias seguintes e descansei. Na manhã do segundo dia peguei um trem de Piraeus para o centro de Atenas e fui conhecer a operadora de turismo que nos atende no navio, a Navigator. O Sr. Axis, o chefão da empresa, cuidou de mim como uma filha, me deu vários materiais, guias e mapas da Grécia, me apresentou toda a equipe dele e foi passear comigo. Comprou um sanduíche grego delicioso para mim e me colocou na “Linha Turismo” de Atenas para eu ter uma idéia de como é a cidade. Vi o Parthenon de longe, a Praca da Constituicao, muitos predios antigos, o Templo de Zeus, os jardins nacionais, a biblioteca nacional, todos aqueles lugares que um dia eu estudei na escola e na faculdade... Depois de uma hora e meia rodando, fui para a segunda excursão do dia. Ele também me deu o ticket para um passeio pelo litoral, até Sunio, onde fica o Templo de Poseidon. Linda vista! Voltei para Atenas e peguei novamente o trem para Piraeus. Ainda bem que quase todo mundo fala Inglês nessa terra, porque é impossível entender qualquer coisa em grego. No dia seguinte, acordei bem cedo para pegar o barco da excursão que resolvi fazer por minha conta, para conhecer três ilhas próximas a Atenas: Aegina, Hydra e Poros. A noite voltei para o hotel e o Adonis, o grego aquele lá do primeiro contrato, venho da cidade dele, cerca de 6 horas dirigindo de Atenas, para passear comigo! A coisa mais querida, me levou para jantar em Plaka, a zona badalada de Atenas, com direito a mais comida gostosa e cerveja grega. No dia seguinte acordei de novo bem cedinho para ir até o porto encontrar o pessoal da operadora. Tinha um navio da MSC no porto e ele me convidaram para fazer a excursão que oferecemos para os hóspedes na Azamara. Conheci outros lugares perto de Piraeus e paramos na Acrópoles para visitar. Depois de uma boa caminhada, pude admirar o Parthenon e o Templo de Athena / Nike. Desci o morro da Acrópole para pegar um metro até o outro lado da cidade para encontrar o Adonis, que estava resolvendo o imposto de renda dele. Fomos almoçar com um amigo de infância dele, médico, rico, por volta dos trinta anos, super legal. Seria um ótimo partido para as minhas amigas, mas ele não é muito bonitinho. Vamos dizer que ele é um fofinho simpático! Comemos muito e demos muitas risadas. Depois de muitas cervejas, eu e o Adonis fomos nos arrastando até Lykavittos, o morro que eu queria muito visitar, de onde se tem uma vista linda de toda Atenas. Foi muito difícil chegar até lá depois de tanta comidae bebida, mas a vista vale muito a pena! Caminhamos por toda a área central de Atenas, conheci tipo a Padre Chagas de Atenas, super luxuoso e badalado, fomos tomar sorvete em um outro lugar refinado com uma vista para o mar lindíssima com uns tios dele e um sobrinho. Dia longo... Bem aproveitado! Na manhã seguinte, acordei com pena de deixar essa vida boa e ter que começar a trabalhar de novo! Fomos almoçar em um restaurante de frutos do mar em Piraeus, perto do porto, e depois embarquei na minha nova casa, Azamara Quest!
Legenda das fotos: eu em Londres durante a minha rápida visita, Parthenon na Acrópole e vista de Atenas do alto do Lycavittos.


sábado, 9 de maio de 2009

Vida a bordo...











Voces lembram que um dia eu comentei sobre uma guria que andava lendo o meu blog, que estava interessa em trabalhar a bordo? Pois e, trocamos alguns e-mails e ela me perguntou varias coisas interessantes. Respondi grande parte das duvidas dela, e resolvi divulfgar isso aqui porque talvez alguem se interesse...

1. Em relação a sua entrevista com a Royal Caribbean, como foi que aconteceu? Quem indicou você a eles? Demorou para marcarem a data? Foi ao vivo (onde?) ou por Skype? Foi com o Douglas? O que ele perguntou e como agiu com você? Ele disse logo de cara que você foi aprovada?

Eu vi um anúncio no jornal sobre uma seleção para a Royal Caribbean em Porto Alegre, me cadastrei e depois de uns dias me ligaram para marcar a entrevista. Fiz o processo todo em Porto Alegre através da Astral Crew (sede no Rio). Primeiro fiz a entrevista com um cara da Astral Crew que me perguntou que área eu tinha interesse. Falei que queria Shorex (Shore Excursions Staff), mas que para entrar no navio toparia outra função se fosse necessário. Hoje acho que não agüentaria outra função... Tive muita sorte de ir direto para Shorex. No mesmo dia fiz a entrevista com o Douglas. Ele tava meio atrapalhado, recebendo várias ligações durante a entrevista, porque ele não tinha hotel para dormir em Porto Alegre, a cidade tava lotada... Nessa época eu trabalhava na Secretaria de Turismo de Porto Alegre, dei umas dicas para ele de onde ele poderia se hospedar, acho que ele simpatizou comigo. Ele disse que gostou de mim mas que Shorex era bem difícil, que tinha uma lista de gente new hire e gente embarcada que aplicava para Shorex e tava esperando. Ele disse que ia ver as minhas chances e me dava um retorno, caso não desse certo, ele iria me chamar para outra entrevista para outra função. Não levei muita fé... Mas esperança de pobre não acaba nunca, hehehehe. Durante a entrevista ele perguntou sobre a minha experiência na área, se eu já tinha trabalhado com vendas, o que eu faria se um hóspede voltasse para reclamar da excursão que eu vendi. Foi uma conversa bem informal... Isso foi em maio de 2008. Eu estava decidida a embarcar, dias depois me ligaram da Costa para marcar uma entrevista em Santos. Não pensei duas vezes e fui... Snack Atendant... Eu ia trabalhar como um cão, por 600 euros... Mas tava super empolgada... Em junho passei dez dias em Santos fazendo treinamento, pedi demissão da Secretaria, tudo certo... Um dia antes de eu sair de Santos e voltar para Porto Alegre me ligaram da Royal para marcar a terceira etapa da seleção, por telefone, direto com o Head Office em Miami. Eles me ligaram quase depois de 2 meses, quando já estava tudo certo para eu embarcar na Costa... Não acreditei... Fiz a entrevista por telefone, outra conversa informal... O cara falou mais do que eu, me contando sobre a função. Mais uma vez não levei muita fé, achei que era muita areia para o meu caminhãozinho... Isso foi numa terça, ele disse que ligaria de volta para dar uma resposta (positiva ou negativa) até sexta. Mas só na segunda seguinte recebi a ligação... Perguntando se eu poderia embarcar em 10 dias! Quase surtei... Era muita felicidade num corpo só.

2. Depois da entrevista, eu li no seu blog que você se candidatou a outra vaga na Costa e depois acabou sendo chamada para a Royal... Você acha que é mesmo muito difícil ser contratada como Shorex? Como foi o processo depois que a Royal ligou para você? Foi tranqüilo tirar o visto americano? Quanto tempo durou até o embarque?
Como falei antes, achei que seria impossível conseguir de primeira, eu tentei na Costa e eles nem me deram bola, disseram que Shorex só depois de muita experiência antes... Mas na real, o trabalho não é tão difícil assim, tem que ter perfil... Eu tinha... Dei sorte. Pelo que você tem me falando, você tem tudo para dar certo também! Eu trabalhei com umas pessoas que não tem o mínimo de perfil para Shorex e estão aqui, uns são demitidos, outros ficam por mais um tempo. Hoje, depois desse convite para Azamara, posso dizer que eles gostam do meu trabalho... Eles gostam dos brasileiros como Shorex porque a gente sorri bastante, fala bastante... Está vindo uma outra brasileira para cá para ser meu replacement. Não desanima... Acredita nos teus sonhos. Quando a gente quer algo o universo conspira a nosso favor! Quanto ao visto, depois que me ligaram na segunda, na quarta eu estava no Rio para fazer a entrevista do visto. Foi tranqüilo porque eu tinha toda a documentação da empresa, o visto é especial para trabalhar a bordo, se depois você quiser ir como turista tem que pedir outro visto. Depois que consegui o visto mudaram a minha data de embarque porque 10 dias era muito pouco tempo para tudo, embarquei em umas duas semanas... Muito rápido!

3. Você pode me explicar como é a sua função de Shorex? O que você faz exatamente? E o horário de trabalho? De quanto tempo costuma ser o contrato? O seu contrato foi renovado automaticamente depois de 2 meses?

O horário de trabalho varia muito... Em dias at sea no começo do cruzeiro abrimos o desk das 9 as 21h, dependendo do manager dá para ter umas horas off para descansar... Nos dias at sea mais para o fim do cruzeiro só abrimos umas 4 horas por dia, mas temos bastante paper work para preparar para o próximo cruzeiro. Mandamos cartas para os hóspedes para avisar sobre trocas de horários das excursões, detalhes e avisos sobre o local a ser visitado que eles precisam saber, mudanças de itinerário. Preparamos os tickets que são impressos um dias antes de começar o cruzeiro para os hóspedes que reservaram pela internet. Temos que alimentar o sistema com as informações para cada cruzeiro, conferir se está tudo certo. Em dias de porto sempre um fica o dia todo no navio, às vezes essa pessoa tem um tempo livre e consegue fugir, depende do itinerário e do manager. De manhã cedo, todos vão para o píer, teatro ou qualquer outro lugar onde os hóspedes vão nos encontrar para pegar a excursão. Esse é o dispatch, que às vezes dura duas horas, às vezes o dia todo, depende quanto tempo vamos ficar no porto, quantas excursões temos. Europa e Caribe são muito diferentes... Na Europa se trabalha muito, no Caribe só se faz de conta... Hoje mesmo só trabalhei 2 horas e meia o dia todo!!! Mas na Europa eu trabalhava às vezes mais de 10 horas... Só que eu amo o trabalho, então prefiro a Europa, em que me sinto útil, do que aqui no Caribe. No começo o Caribe é legal, curtir a praia, os portos. Mas os cruzeiros são curtos, 4 ou 5 dias. Saimos de Miami e vamos sempre para os mesmos porto, só muda a ordem: Grand Cayman, Cozumel, Jamaica e Key West. Lugares lindos... Mas na Europa os cruzeiros são de 12, 14, 16 dias, muitos dias em portos, cidades diferentes. É mais interessante! Na Celebrity nós vendemos as excursões e damos informações sobre as excursões, na Azamara se o hóspede quiser fazer algo por sua conta nós também temos que dar assistência. Não ganho comissão, nem gorjetas... Mas posso ir em todas as excursões de graça, não pago pelas fotos, DVD, comida, etc. As empresas que recebem a gente tratam a gente super bem, às vezes temos carro e guia particular para conhecer os lugares... O contrato de Shorex dura 6 meses e dois de férias, ganhamos na Celebrity mais 190 dólares por mês trabalhado, como se fosse férias. Poucas pessoas ganham férias como a gente, no fim de seis meses é quase um salário a mais. O fim do contrato o teu manager faz uma avaliação, normalmente ele renovam o teu contrato, é muito difícil você terminar um contrato e não voltar. Se a empresa não gostar de você te manda embora antes, não espera até o fim do contrato. Mas isso é muito difícil de acontecer, só se a pessoa for muito ruim ou estiver causando problema...

4. As minhas maiores dúvidas são em relação aos passeios... Como funciona quando o navio está no porto? Nós podemos sempre acompanhar o grupo nos passeios? É de graça? Precisamos usar o uniforme? Temos algum dia livre? Com que frequência precisamos ficar de "Port Manning"? E o que você faz nesses dias? Algum funcionário de outro setor pode fazer o passeio também? Tem algum desconto? Uma vez você escreveu algo sobre ir como monitor, me explica melhor como funciona!

Normalmente um dia antes o manager pergunta quem quer ir em excursão no dia seguinte e fazemos uma escala, temos que ir o máximo possível nas excursões. Alguns managers te incentivam mais, outros menos. Mas se você é Shorex, você não tem escolha, tem que ir, pedir para o manager, quanto mais você vai nas excursões mais você aprende e mais fácil se torna o trabalho. Eu amo acompanhar as excursões, faço isso sempre que posso. Às vezes fico cansada, não vou um dia, mas depois me arrependo, porque poderia ter aproveitado mais... Quanto ao usar o uniforme durante as excursões, depende do gerente. Normalmente coloco o uniforme por cima da minha roupa normal, ai quando entro no ônibus tiro o uniforme. Tem manager que deixa você se trocar antes de sair do navio, tem manager que não. Mas durante a excursão podemos sim usar nossa roupa, porque estamos trabalhando “informalmente” temos que “curtir” as excursões como os hóspedes para depois contar nossa experiência. Para a grande maioria das excursões podemos ter um Escort, que é uma pessoa de qualquer outro setor que se inscreve para acompanhar a excursão. É sempre bom ter alguém da empresa acompanhando a excursão, assim os hóspedes sabem que podem perguntar algo, se sentem mais seguros. Em cada porto contratamos um tour operador, a grande maioria deles são excelentes, mas quando acontece algum problema durante a excursão e tem um Escort, pelo menos temos alguém da Celebrity e não só o hóspede e o tour operador para dar a sua versão. O Escort não paga nada para ir na excursão, só tem que ter tempo livre. Port Manning depende de navio para navio. Isso significa que quando estamos em porto um numero minimo de funcionarios nao pode sair porque em caso de emergencia temos que estar prontos para agir. No nosso setor normalmente so uma pessoa precisa ficar a bordo, mas na grande maioria dos navios os oficiais sao bem flexiveis porque somos uma equipe pequena e todos sabem que precisamos conhecer os portos e estar do lado de fora grande parte do tempo quando estamos nos portos. Desde que estou a bordo nunca tive um dia livre, tipo 24 horas sem trabalhar... Isso depende de gerente para gerente. No nosso contrato nao esta previsto dia livre, e por isso que depois de seis meses trabalhados temos direito a dois meses de ferias! Nao posso reclamar, pelo menos posso acompanhar todas as excursoes e esse tempo que estou ‘’passeando’’ conta como hora de trabalho!

Legenda das fotos: 1. No escritorio vizinho ao meu, com a Internetional Hostess da Belgica e o Assistente do Diretor do Hotel das Filipinas; 2. Eu, a outra brasileira Luanda e os nossos amiguinhos Joao e Peter...; 3. Uma das festas para os funcionarios, depois de agumas Coronas, nas area aberta do navio; 4. O que eu faco enquanto aconhanho as excursoes, isso e muito chato mesmo!

Novidade!







Oi de novo! Depois de quase um mes resolvi atualizar o blog. Estou selecionando e-mails que enviei para as pessoas mais proximas para fazer uma recaptulacao dos ultimos capitulos dessa vida louca! Meus dias no Caribe foram maravilhosos... Depois de conhever as ruinas Maias de Tulum, nadei com golfinhos de novo, vi passaros exoticos, conheci a floresta jamaicana, aproveitei um resort de luxo em Ocho Rios, fiz parasailing, adei de buggy nas areias de Cozumel com direito a muita adrenalina. Coisas que so pessoalmente para contar, mostrando fotos! Ja imprimi as melhores fotos desses quase dos meses a bordo do Celebrity Century de nono, agora no Caribe. A vida esse tempo mais parecia ferias do que qualquer outra coisa... Pouco trabalho, muitas excursoes divertidas. No comeco eu andava meio tristinha porque as pessoas que eu gostava nao estavam mais nesse barco. Mas depois de um tempo eu fui conhecendo gente nova, me aproximei das duas brasileiras que trabalham no shopping e nos divertimos muito juntas. Descobrimos um restaurante chines em Key West, andamos de kayak, organizamos uma festa brasileira para os funcionarios. Bons momentos para guardar na memoria. E entao um belo dia a minha chefe canadense que chamou para conversar e me contou que a empresa tinha planos para mim! Recebi a noticia de seria transferida para um outro navio, o Quest, da Azamara. A Azamara faz parte do grupo da Royal Caribbean, assim como a Celebrity, mas os navios (apenas 2) sao menores e mais luxuosos. Os cruzeiros sao mais caros e os lugares mais exoticos. O site eh www.azamaracruises.com e o nome do navio e Quest. Ir para la e como ser promovida, porque la o servico oferecido e mais de auto nivel, mais chique!!! Depois que recebi essa noticia, fiquei mais quase um mes no Century e dia 25 de abril, desembarquei em Miami. Voei de Miami para Londres, passei um dia maravilhoso por la e no fim do dia voei para Atenas. Fiquei muito feliz com tudo isso, por poder fazer o itinerario que eu sonhava muito... Italia novamente (agora com Veneza), Grecia, Turquia, Israel, Egito... E ainda ficar uns dias de folga entre 25 e 1 de maio... Alguem pode me beliscar para ver se eh verdade? Estou muito chique mesmo, me achando... hehehe. Legenda das fotos: 1. meus pezinhos lindos e a vista durante o parasailin em Key West; 2. A agua cristalina de Cozumel e eu apos uma experiencia de buggy na areia e na floresta, com muito po; 3. Momento estressante, sobra e agua fresca no Resort de luxo chamado Sandals, na Jamaica.

sábado, 28 de março de 2009

29 de março







A festa grega tava muito sem graça, pouca gente, muita chata... E no outro dia eu tava podre de cansada porque fui duas noites seguidas para o Crew Bar e não dormi muito. Só passei para dar um oi, não estou com muita inspiração para escrever. Depois de uns 20 dias a bordo já estou 100% segura com o novo itinerário, está tudo ótimo no trabalho. Novidades se aproximam, anúncios serão feitos em breve. Sem mais no momento, seguem algumas fotos! Ruínas Maias e o mar em Tulum, México e uma arraia em Grand Cayman...

Caminho das Índias?! - 25 de Março de 2009

Festa indiana... Uma loucura! Sem dúvida alguma a festa mais animada de qualquer navio para os funcionários. Filipino e indiano é o que mais tem nesses navios de cruzeiro, mas só os indianos conseguem animar tanto a galera. Só homens, as mulheres indianas a bordo são minoria das minorias, os caras dançam como loucos, muito divertido. Sabe a abertura da novela Caminho das Índias? Imagina um monte deles juntos num bar dançando daquele jeito... Foi assim que no contrato passado me apaixonei pelo Pushpak, Pesque e Pague, Backpack ou como queiram chamar! Foram 3 meses (contrato de experiência) inesquecíveis, talvez os mais intensos até hoje. Os indianos são românticos, envolventes... E esse, ao contrário dos que muitos dizem, tomava de 4 a 5 banhos por dia. Ele era bem cheiroso e gatinho! O Raj e a brasileira da novela não deixam nada a desejar para a nossa história. Promessas, juras de amor, eu estava até empolgada. Há quem diga que via isso nos meus olhos, que eu parecia diferente. O guri mexeu comigo! Mas aí eu voltei para o Brasil, caí a real e ele sumiu! Embarquei novamente, ele também, mas agora em navios diferentes. A história de amor acabou, porque finalmente eu me dei conta que isso não ia parar em lugar algum! As pessoas me perguntavam se a família dele era igual as da novela, e até então eu acreditava que não... Agora, já não me interessa mais saber. A gente continua se falando, mas agora como bons e apenas bons amigos. De tudo, ficou a lição de que Brasileira + Indiano, não pode dar certo... Eles se encantam com o jeito extrovertido da brasileira e elas se apaixonam pelo romantismo do indiano, mas são culturas muito diferentes para se chegar a um acordo. Como já disse anteriormente, esse intercâmbio cultural é muito bom, mas no fim das contas, o bom mesmo é voltar para casa e encontrar os brasileiros, mulheregos, charmosos, envolventes, malandros. Pelo menos esses a gente sabe o que esperar e o que não esperar! Hoje ma festa me diverti muito, aquele meu amigo que fez feijão para mim me ensinou vários passos indianos, muito legal... Mas ele mesmo há alguns dias atrás estava me contando da realidade deles. Quando a gente começa a conviver com os indianos é impossível não se comover com o carinho e atenção que eles tem uns pelos outros, mas quando a poeira baixa e se pára a pensar que eles não usam papel higiênico (para quê, se Deus deu duas mãos? Uma para comer, outra para limpar?!), eles se casam com pessoas que não conhecem, glorificam a coitada da vaca, tão apreciada em nosso churrasquinho, entre outras coisas... Não estou julgando ninguém, que isso fique bem claro. Muitas vezes argumentei que talvez eles estejam mais certos do que nós, quem sabe?! Mas cultura, por mais que a convivência com o diferente influencie, ela fica marcada na gente, no sangue, na alma... E ninguém pode nos tirar isso. Amanhã, tem festa grega, ai meu Deus. Isso é perseguição? Talvez renda mais um comentário no blog... Agora vou dormir, amanhã tenho um longo dia em alto mar, no balcão com os hóspedes perguntado o que tem para fazer em Grand Cayman... Seven Mile Beach, snorkel, arraia, golfinho, submarino, parasailing, etc.

domingo, 22 de março de 2009

22 de março

Estou sea sick, mareada, enjoada... O navio está balançando demais hoje! Saímos ontem de Cozumel e chegaremos amanhã em Miami. Nesses últimos dias fiz várias excursões legais. Coloquei algumas fotos no Orkut, olhem lá! Quem não tiver Orkut e quiser ver as fotos me avisa que mando o link para vocês acessarem (juliana.meyer@yahoo.com.br). No cruzeiro passado conheci Ocho Rio na Jamaica. Nadei com golfinhos, uma experiência única. Eu tinha nadado com o golfinho Lucas em Malta no ano passado mas era numa piscina. Dessa vez foi no mar, tipo numa mini baía. Muito mais legal estar com os golfinhos em seu habitat natural! Eles são tão dóceis, inteligentes... Dei até beijo na “golfinha“!!! Depois da Jamaica voltamos para Grand Cayman, onde conheci melhor George Town. As ilhas Cayman são um paraíso fiscal, eles vivem dos bancos e do turismo. A água, como em todos os lugares pelo Caribe, é transparente... Lá tem uma formação rochosa que quando o sol bate parece o inferno, uma viagem! E por isso o nome do lugar é Hell! Fui até lá e mandei um cartão postal para a mãe e toda família Teixeira do Inferno = Hell. Passei pela frente de vários condomínios de luxo, inclusive um cujo o segundo andar todo é do Bill Gates. Só propriedades de gente bem humilde... De tarde fui nada com as arraias, num lugar cerca de meia hora afastada da praia, um banco de areia no meio do oceano, a coisa mais linda! As arraias vem, deixam a gente tocar nelas, fazem massagem nas costas das pessoas, uma loucura! Ai esse cruzeiro acabou, não consegui passear no dia que paramos em Miami, porque estava trabalhando, mas amanhã estaremos lá de novo e vou até o centro fazer umas comprinhas. Tenho que ir com dinheiro contado, porque tenho certeza que se levar muito dinheiro vou querer torrar tudo! E o objetivo desse contrato é gastar menos, juntar dinheiro e aproveitar as excursões que posso fazer de graça. Esse cruzeiro que estamos agora é só de quatro dias, o mesmo itinerário do cruzeiro que fiz com o pai: Miami, Key West e Cozumel. Em Key West fiz um passeio de trem para conhecer toda cidade e depois fiz uma degustação de comidas típicas, pimenta, frutos do mar e torta de limão, um delícia. Key West é super charmosa, as pessoas são alegres, o lugar tem uma energia legal. Ontem estava no México! O navio parou na ilha de Cozumel e de lá peguei um ferry, que balançava tanto quanto o catamarã que vai para Morro de São Paulo, até Playa Del Carmen. Mais 45 minutos até Tulum, do lado oposto de Cancun e cheguei nas ruínas Maias. O guia era ótimo, deu uma aula de história mostrando as ruínas e explicando sobre a cultura estranha dos Maias. A vista do alto onde eles construíram sua “cidade” é linda, as pedras, o mar de água cristalina... De lá parti com o grupo para uma praia super tranqüila, onde comi comida mexicana, mas mexicana de verdade, feita no México! Tão bom... Estava rolando um casamento na beira da praia, tipo aqueles que toda guria sonha em ter, a decoração toda branca, os padrinhos com flores tropicais na roupa, os noivos com cara de apaixonados, super romântico. Claro que eram todos americanos, cheios do dinheiro, Imagina eu querer casar no Caribe, ia ter que fretar uns dois aviões para levar toda a família e os amigos juntos... Um casamento na igreja ali da Santa Flora é mais próximo da minha realidade, neh?! Voltei para Cozumel já de noite, os bares bombando, gente jovem, bonita, animada. Deu uma vontade de ficar por lá! Próxima vez que for a Cozumel quero ir para uma dessas praias animadas. Hoje estamos em alto mar, dia difícil, o navio continua balançando e a sensação de enjôo não passa! Tenho olhado os meus e-mails e o Orkut, mas não consegui parar para responder decentemente a ninguém. Obrigada pelo carinho de todos. Hoje vi um e-mail de uma menina que não conheço que achou o meu blog. Muito legal, ela está indo trabalhar na mesmo posição que eu em navios e gostou do blog, dos meus desabafos. Eu adoro escrever, quem me conhece sabe, e é muito bom saber que pelo menos algumas pessoas gostam de ler o que sai dessa cabecinha confusa. Trabalhar a bordo me faz ter muito temo ocioso para pensar, me sinto sozinha, sem pessoas próximas para conversar. Escrever me acalma e ainda me permite compartilhar esse momentos que tenho vivido por aqui com aqueles que sentem a minha falta. Conheci uma America que é massagista no navio. Fomos nadar com os golfinhos juntas e depois disso andamos conversando por algumas horas. Apesar da empresa que trabalho ser America existem poucos americanos trabalhando a bordo e ela é uma. Talvez a America mais normal que eu tenha conhecido até hoje. Porque os outros que trabalham aqui são músicos meio alternativos, os dançarinos cheios de sim e com a cabeça oca... Essa menina é legal, falei para ela que as vezes me sentia um pouco sozinha e ela me deu toda uma explicação sobre porque os americanos e europeus são mais frios e os latinos mais queridos. Coisas que todo mundo já parou para pensar na vida, mas ouvir alguém falando disso me fez viajar e me fez ter certeza mais uma vez que não importa por onde eu ande, quantas culturas eu conheça, ser brasileiro não tem preço!

sábado, 14 de março de 2009

14 de Março de 2009




Hoje terminou o meu primeiro cruzeiro no Caribe... Mas nem deu tempo de respirar e já começou o seguinte! Estou em Miami novamente, depois de 5 dias por ai. Meu primeiro dia a bordo foi aquela loucura de sempre, acho que o primeiro dia é sempre o pior! Depois de horas esperando para entrar no navio, aquela demora para receber e entregar documentos, uniforme, assinar contrato, etc. Pelo menos dessa vez eu tenho um quarto, e é o mesmo de quando eu estava aqui antes: cabine 4336! Agora não tem a Inge, minha ex colega holandesa, estou sozinha no meu quarto. Já arrumei as fotos na parede, coloquei uma canga com a bandeira do Brasil bem grande na entrada da “minha casa”, ficou bem bonitinho. A minha chefe é aquela canadense, minha primeira gerente a bordo, meus colegas por enquanto são apenas dois, uma guria da República Tcheca que eu já conhecia daqui e um cara de St. Vicent. Trabalhar como Shorex no Caribe é uma maravilha, cruzeiros de 5 dias, poucos dias em alto mar, poucas horas no balcão atendendo e muitos, muitos tours que podemos fazer. O trabalho é compensado pelas horas livres. Meu primeiro dia em porto foi em Key West, mas não pude sair porque só hoje recebi um documento especial que me permite sair nos portos americanos. Como não pude passear, fui para a área aberta dos funcionários curtir um sol e ler sobre as muitas e muitas excursões que vendemos. Estou quase negra, depois de quase duas semanas em Santa, um dia inteiro tostando no Rio, agora o Caribe.. Eu tô muito chique mesmo! Nesse mesmo dia do sol fui tomar um drinque com os colegas trabalho. Revi muita gente que estava aqui antes, gente que continua desde que eu sai, gente que foi de férias e já voltou... Inclusive o grego... E aquele indiano que fazia feijão para mim! As más línguas dizem que o grego está namorando com duas! Acho que traumatizei o coitado! Mas nesse dia ele tava lá no bar sozinho, todo faceiro! Homens, homens, são todos iguais, em qualquer lugar do mundo! Sabe de uma coisa, bom mesmo são os brasileiros! Curti o Crew Bar nesse dia até tarde, foi a única noite que fiz festa, desde então só tenho dormido no meu quartinho super aconchegante, bem escurinho, sem barulho... Meus dias tem sido corridos, porque tenho muito o que ler e aprender sobre os portos, mas o trabalho em sim não é muito puxado não! No segundo dia que paramos foi a vez de Grand Cayman. Dessa vez eu pude sair! Comecei a trabalhar às 6h30min, tive treinamento das 10h às 11h e às 12h fui para o meu primeiro passeio do dia, num semi-submarino, muito show! Depois peguei um outro barco e consegui ver muitos peixinhos e dois barcos naufragados com snorkel. As excursões no Caribe são assim, muito legais: aventura, água, floresta, esportes radicais... Hoje quando o barco saiu de Miami consegui ver toda a área no entorno do porto... Miami Bay, so beautiful. Não sei se o pai vai lembrar, mas uqando estivemos aqui juntos a passeio há 11 anos atrás me apaixonei por um prédio rosa e azul, até hoje não sei que o que tem dentro desse prédio. Coisa de criança, mas nunca o esqueci... E hoje finalmente consegui vê-lo, tão lindo! Continua ali, no mesmo lugar! Vocês lembram que eu sempre dizia que na minha empresa só tem terceira idade, os cruzeiros são bem tranqüilos, blá blá blá?! Pois é, aqui no Caribe as coisas são diferentes, muitos jovens, tipo gente que acabou de entrar na faculdade, entre 18 e 21 anos. Eles pagam baratinho pelo cruzeiro e bebem todas quando param nos portos, porque nos USA e a bordo eles não podem beber... Tinha guria bêbada dançando até o chão na frente do segurança, gente gritando pelo navio, pessoas de biquíni nas áreas sociais, uma loucura! Parecia o Bar do Zado... E eu bem serinha trabalhando, irreconhecível! Ficamos aqui pelo Caribe até fim de Abril, depois: rumo a Europa! Vou curtir esses dias de trabalho mais light, porque em Maio vão arrancar meu coro, meu corinho! Eu amo meu trabalho, essa vida loca é uma experiência única, mas sinto uma saudade da vidinha normal em Porto Alegre... Um dia eu volto para realidade, por enquanto fico por aqui, nessa vida de marinheira. “Ahhh se eu fosse marinheiro... Não pensaria em dinheiro... Um amor em cada porto...”